Primeiros dias da conferência destacam urgência climática, justiça na transição e novos mecanismos de financiamento para energias renováveis
A COP30 começou na última segunda-feira (10/11), com tom de urgência e expectativa por resultados concretos. Nesta edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que ocorre em Belém, o foco recai sobre como transformar compromissos climáticos em ações efetivas, especialmente na agenda da transição energética justa, tema que ganhou protagonismo logo nos primeiros dias da conferência.
O clima entre delegações e observadores é de cobrança por implementação. Depois de anos de metas e declarações, cresce a pressão para que países avancem na execução de planos de adaptação, mitigação e financiamento climático, com atenção especial à transição para longe dos combustíveis fósseis.
Desde a COP28, quando se consolidou o consenso sobre a necessidade de reduzir o uso de petróleo, gás e carvão, o debate evoluiu para a pergunta central: como fazer essa mudança de forma justa e ordenada. O secretário-executivo da ONU para o Clima, Simon Stiell, reforçou que nenhum país pode ignorar o desafio.
“Aqueles que optarem por medidas tímidas enfrentarão estagnação e preços mais altos, enquanto outras economias avançarão rapidamente”, afirmou.
O presidente Lula também colocou o Brasil no centro dessa discussão ao anunciar a criação de um novo fundo de transição energética, que deve direcionar recursos do setor de petróleo para investimentos em energias renováveis. Ele defendeu que a transformação global só será possível se for inclusiva e financeiramente viável para o Sul Global, propondo mecanismos inovadores, como a troca de dívidas por investimentos verdes.
Entre os compromissos reafirmados, está a necessidade de triplicar a geração de energia renovável e dobrar a eficiência energética até 2030, além de eliminar a pobreza energética e garantir acesso universal à eletricidade, metas que dialogam diretamente com a missão da Revolusolar e de tantas outras iniciativas locais que buscam democratizar a energia limpa.
Com o andamento das negociações sobre a agenda de transição justa, espera-se que os próximos dias tragam maior clareza sobre mecanismos de financiamento, transferência tecnológica e assistência técnica para os países em desenvolvimento. A expectativa é de que a COP30 marque um novo capítulo na cooperação internacional, um momento de passar da promessa à prática na construção de um futuro energético sustentável e inclusivo.



